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Mari Rodrigues

É bom ouvir o outro de vez em quando

ECOA

14/12/2019 04h00

Organizei um evento na última semana. Era uma reunião de várias pessoas, representando vários coletivos, com a intenção de discutir as formas com as quais nós nos organizamos para termos um bom funcionamento. Havia grupos com um nível de organização bastante sofisticado, do tipo que fazem planejamentos de semestres inteiros, e outros que funcionam de maneira mais orgânica, se organizando conforme as demandas chegam.

Ao final do evento, todos saíram com a sensação de que a troca de experiências foi boa e de que aprenderam de alguma forma com estas experiências alheias a melhorar o funcionamento de seus grupos. E isso me alegrou bastante. Porque a ideia de juntar pessoas é essa mesma: sair com algum aprendizado ouvindo experiências de outras pessoas.

Quando estamos falando de grupos, ouvir o outro é importante. Porque as opiniões diferentes trazem novas formas de auto-organização que podem ser benéficas para o grupo. E se não der certo? A gente senta e discute novamente até sair algo que agrade o máximo de pessoas. Intercâmbios com outros grupos também são bons para o nosso próprio grupo, pois podemos aprender com o que deu certo (e com o que não deu certo) nestes outros grupos.

Lembro-me de como as pessoas dizem que voltam diferentes depois de passar longos períodos fora de casa fazendo cursos em outras cidades ou países. A troca com outras pessoas e culturas nos enche de gás para enfrentar novos desafios e questionar de alguma forma a cultura que não está boa na nossa sociedade.

E não precisamos ir tão longe, como num intercâmbio para outro país ou outra cidade. Só o fato de nos imergirmos em outras comunidades próximas, com outros anseios e outras experiências de vida, nos traz a reflexão sobre como temos as nossas próprias vivências. Tudo que nos leve a pensar um mundo expandido de culturas pode e deve ser incentivado para uma convivência mais permeável e menos restritiva.

Sobre a autora

Estudante de Letras, Mari Rodrigues participa da Frente de Diversidade Sexual e de Gênero da USP. É apaixonada por comida do norte e por reciprocidade nas relações. Ainda está decidindo o que vai fazer com sua vida.

Sobre o blog

Falar de si e falar de um mundo melhor. Como as experiências pessoais de uma pessoa que já enfrentou tanto por ser quem é podem contribuir para que o mundo seja mais diverso e inclusivo?