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Mari Rodrigues

Sobre o quanto permitimos em nossas relações de amizade

ECOA

18/01/2020 04h00

Esta semana ouvi do meu terapeuta que deveria prestar mais atenção às atitudes que certas amizades têm comigo, e o quanto eu permito que estas atitudes sejam tomadas e se reproduzam. Atitudes agressivas costumam ser relevadas em nome da amizade, mas… por que não trabalhar em cima dessas agressividades para construir uma amizade mais saudável?

Estamos tão acostumados a "engolir sapo" em nossas vidas, seja no trabalho, nos estudos ou nas relações interpessoais, que consideramos isso como algo inerente à vida em sociedade. Mas será realmente que é preciso sempre relevar tudo? Qual o limite da paciência? O que podemos fazer quando alguém simplesmente te destrata? São perguntas de difícil resposta e eu não conseguirei respondê-las aqui. Mas podemos dar uma guia para tentar encontrar esse caminho.

Antes de mais nada, é preciso manter a calma e não tornar a situação ainda pior. Você não sabe o que o outro está pensando naquele momento e a situação não é a mais propícia para avaliar o que está realmente acontecendo. Depois que a poeira baixa, aí sim você pode ter uma visão mais profunda da situação e saber onde cada parte errou naquela relação para que se chegasse ao ponto de uma discussão.

As palavras do terapeuta ainda ecoam na minha cabeça e talvez por isso, eu tenha parado para avaliar certas coisas. Será mesmo que a gente precisa ter tanta permissividade com nossos amigos e botar um limite muito flexível para o que a gente pode suportar? Será que o nosso limite é o limite do outro, ou seria mais razoável definir em conjunto esse limite?

Cada um tem sua história, seus medos e traumas. Fico pensando o quanto de nossos problemas acabamos projetando no outro, seja por puro desconhecimento do que fazer, seja pela falta de autoavaliação das nossas mazelas. É um trabalho diário o do autoconhecimento, que serve para termos relações mais saudáveis e sem explosões.

Sobre a autora

Estudante de Letras, Mari Rodrigues participa da Frente de Diversidade Sexual e de Gênero da USP. É apaixonada por comida do norte e por reciprocidade nas relações. Ainda está decidindo o que vai fazer com sua vida.

Sobre o blog

Falar de si e falar de um mundo melhor. Como as experiências pessoais de uma pessoa que já enfrentou tanto por ser quem é podem contribuir para que o mundo seja mais diverso e inclusivo?